Clássicos das Ruas – O segundo mês – parte 1

Nas duas primeiras semanas de junho avançamos bem em nossos estudos e coreografias.

No começo do mês tivemos aulas com o Daniel que nos passou teorias musicais, mais especificamente sobre compasso. Basicamente foi explicado para nós os diferentes compassos que podem ser Acéfalo, Anacruse ou Tético. Vimos como diferenciar os três através de partituras e demonstrações de Daniel tocando seu violino.

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Exploramos algumas músicas de diferentes períodos da música clássica e encontramos um som que chamou bastante a nossa atenção: New World Symphony No. 9 – 2nd Movement de Antonin Dvorak. É uma música do período do Romantismo e decidimos criar uma coreografia em cima, compondo uma de nossas primeiras cenas, mesclando passos de dança contemporânea com o breaking fazendo uma coreografia bem suave e de acordo com o ritmo.

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Após diversos ensaios podemos dizer que temos pronta a nossa primeira cena. Lembrando que não significa que ela será a primeira do espetáculo pois iremos montar a ordem das cenas de acordo com o que acharmos mais conveniente (esforço físico, duração, etc.), além de fazer alguns ajustes se surgirem mais ideias.

Para fins de curiosidade, a música da nossa cena:

Um forte abraço e até a próxima!

Clássicos das Ruas – o primeiro mês.

No último mês começamos a trabalhar nosso espetáculo. Nosso trabalho não consiste apenas em montar um espetáculo a ser apresentado, mas conhecer melhor e estudar a música clássica e seus períodos para acharmos pontos em comum com a nossa dança.

No começo de maio começamos a estudar conceitos básicos da música clássica e as diferenças de cada período com Daniel Rodrigues, violinista  da Orquestra Sinfônica Jovem Municipal de São Paulo. Nossa aulas consistem em aprender os períodos da música clássica, do Renascentismo até o Contemporâneo, além de saber diferencia-los musicalmente e algumas noções ritmicas.

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Nossos ensaios são dois dias por semana. No primeiro dia temos aulas com Daniel e montamos e discutimos coreografias após. No segundo nos concentramos apenas na parte das coreografias. Nós pegamos algumas músicas clássicas de alguns períodos e estamos estudando qual período nos identificamos mais para criar passos.

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Basicamente o nosso projeto vai seguindo nesse ritmo. Como temos afinidade com dança contemporânea estamos enxergando diversas possibilidades para criar passos em cima da música, dançando da nossa maneira. No final do mês também recebemos a nossa primeira ajuda de custo, o que nos motivou muito para trabalhar ainda mais o nosso espetáculo e investir em nossa companhia de dança.

 

O que é o Projeto Clássicos das Ruas

O projeto “Clássicos das Ruas” tem por objetivo aproximar através de um espetáculo cênico, universos artísticos desconexos: as dança de rua e a música erudita.

É comum grupos de dança de rua fazerem uso de trechos de músicas eruditas em suas coreografias, mas o objetivo deste projeto é completamente inédito: iremos elaborar um espetáculo de dança que promova uma troca potente entre a dança de rua e a música erudita do início ao fim, vislumbrando novas possibilidades tanto para uma quanto para a outra.

Histórico

O grupo Street Son tem como ponto de encontro Perus, bairro periférico situado na zona noroeste de São Paulo e que concentra um dos piores índices socioeconômicos e culturais da capital, onde as maiores vítimas são os jovens.

A partir da constatação desta realidade, o grupo acredita que a dança de rua pode ser um catalisador efetivo de transformações na vida de outros jovens e adultos, uma vez que esta potencializa valores sociais e afetivos produzindo novos saberes sobre o corpo e sobre as relações de convivência em sociedade.

Nossa prática teve seu start na dança urbana, que é a nossa matriz, porém, nos últimos anos, a pesquisa do grupo se expandiu e com isso mergulhamos em outros universos da dança como a dança contemporânea, a dança de salão, as danças populares brasileiras (o coco, o frevo, o maracatu, o cavalo marinho, os batuques e a capoeira) e outras práticas artísticas: Circo, o teatro e a música.

Tendo vivenciado tal experiência, passamos a traduzir e enxergar novas possibilidades de atuação para a dança de rua, diferente daquela que o grupo desenvolvia anteriormente, mas sem perder a essência dos primórdios das danças urbanas.

Assim, pretendemos com a viabilização deste projeto, estabelecer um debate sobre o espaço e tempo vivenciados especificamente pelos jovens das periferias da cidade de São Paulo, e quais papéis eles desempenham no desdobrar da sociedade em que se inserem.

Com as apresentações deste projeto o grupo pretende difundir o seu trabalho e fazer da sua movimentação e da sua voz um veículo de conscientização artística, social e educacional.